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segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Eu, pássaro pintado: a alegoria de Kosinski

O menino é enviado
Para safar-se dos alemães.
Perde-se.
Vagueia.
Olhos negros.
Cabelos negros.
Terra de seres alvos:
Pássaro pintado.

O pássaro retirado aos seus,
Pintado, e novamente em liberdade.
Perseguido e bicado.
Até a morte.
"Sou um dos seus!"
É.
Talvez.
Não parece.
Não o reconhecem.

Kosinski narra.
Viveu, conta a história.
Denso.
Sua história.
Nossa história.
Sou o menino.
Sou o pássaro pintado.
Somos.


Jerzy Kosinski narra de forma enxuta, mas marcante.
A alegoria, quiçá encarnada, remete-nos aos eventos mais diversos.
A Polônia de 39 existe, ainda hoje, em toda a parte. Está no Brasil, em cada um de nós. Eles apenas levaram às últimas conseqüências o que nós todos chamamos de uma vida normal.
A normalidade admite a não-aceitação dos contrastes. Admite o mensurar o outro pela observação da cor das penas, ainda que sejam, originalmente, iguais às nossas.
Não é uma alusão à cor da pele, mas uma referência mais ampla, que nos separa em grupos fechados, em equilíbrio. Equilíbrio sutil.
Nesse contexto, todos, em alguma ocasião, somos o pássaro pintado.
Não apenas o outro, mas o diferente, o intruso. Aquele que, de alguma forma, ameaça a igualdade de forças estabelecida.
É o mote que nos separa.

Limitar-me ao meu mundo e aos meus instrumentos. Trabalhar o pensamento e a palavra. Transformar-me, a mim. Tarefa já árdua.

sábado, 19 de janeiro de 2008

A Débora e o guarda-chuva

Certa feita, a professora Débora, na pretensão de exemplificar o direito de propriedade, relembrou uma história vivida por ela e sua avó.

Ela era menininha, e sua avó a levava à escola, todas as manhãs.

Chovia, e ambas abrigavam-se em um mesmo guarda-chuva. De repente, um vento fustiga as caminhantes e vira o aparelho.

A avozinha, nervosa, tenta colocá-lo a prumo: uma, duas, três vezes.
Ensopadas, impotentes diante do aguaceiro, têm apenas o guarda-chuva desmantelado a servir de testemunha. Testemunha muda, imbecil, imprestável.

Não pensando duas vezes, a avó bate violentamente o guarda-chuva contra o primeiro poste, várias e várias vezes:

- Droga de guarda-chuva! Inútil! - Bradava a avozinha, sem norte. Choveram os impropérios, que lhe desafogaram o peito.

Molhadas, sim. Encharcadas. Porém, vingadas.

A moral da história está representada na violência contra o guarda-chuva: era propriedade da vovó, e a sua destruição - diga-se, total - não causou mal algum a ninguém. Assim, se o inútil foi detonado, a quem importou?

No caso, não há função social de nada, não há obrigação nenhuma, não há direito de ninguém, a não ser o da dona do guarda-chuva.

Exemplo dado, gravado, passado adiante.

ITANHAÉM, MEU PARAÍSO

ITANHAÉM, MEU PARAÍSO
Nada vale um coração tranquilo.

MARQUINHOS, NOSSAS ROSAS ESTÃO AQUI: FICARAM LINDAS!

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