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terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Clarissa e o pôr-do-sol

Relia eu a Clarissa, do Érico Veríssimo. Em determinada passagem, comentei com minha filha que a menina, após o jantar, perguntou qual seria a sobremesa, e a resposta foi “pêssegos em calda”. Clarissa teria retrucado: “Outra vez!”.
A minha menina afirmou que adoraria comer sempre pêssegos em calda.
Não, rebati, se você comesse sempre, odiaria. Porque de tudo nos fartamos. É preciso a diversidade e a falta, para que possamos apreciar o que temos. Se você comesse lasanha todos os dias – ela a-do-ra-va lasanha –, iria enjoar.
Ela concordou e não concordou comigo. Acho que apenas fingiu que sim, para não me contrariar.
O tempo passou.
Quando morei no interior, no alto do morro, tínhamos um horizonte muito extenso. O sol pousava mansamente sobre a represa, transluzindo o céu e as águas em manchas coloridas. Era belíssimo. Era belíssimo todas as tardes. Tantos dias, que deixei de apreciar.
Sabia-o belo, mas não mais subia à varanda, para aguardar o pôr-do-sol.
Passou a ser o belo para mostrar-se aos outros, como um troféu, um prêmio que se tem guardado.
Deixou de ser o suficiente. Eu precisava de mais do que o belo. O belo pôr-do-sol de todas as tardes.
Porque mesmo do bom e do belo se farta, se temos apenas a ele todos os dias.

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