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quinta-feira, 29 de maio de 2008

PROFESSORA ROSA: NÃO ZERO, MAS MEIO

No quinto ano estamos todos ansiosos: temos a entrega e a apresentação da monografia, estágios, conclusão das horas de atividades complementares, os cursos de ética e, por fim, as provas e os trabalhos de graduação. Sem esquecer aqueles que trabalham em tempo integral para subvencionar o próprio pão (assim como o aluguel, as mensalidades da faculdade, as roupas e tudo o mais) e precisam conciliar o seu tempo com as tarefas elencadas, todas obrigatórias.

A professora Rosa Pelicani, advogada, mãe orgulhosa de um filho que foi excelente aluno, atualmente magistrado, é professora de processo civil. Notável professora, ministra suas aulas com método, de forma didática e eficiente. No entanto, é também conhecida pelo rigor com que aplica as suas provas.

Outro dia, durante a aula, uma vez que estivéssemos adiantados em relação às outras turmas, nossa professora abriu um espaço para o diálogo.

domingo, 25 de maio de 2008

NEI FREDERICO CANO MARTINS: A ÚLTIMA GRANDE HOMENAGEM

No sábado, dia 10 de maio de 2008, assisti a mais um Encontro da nossa faculdade sobre o Direito do Trabalho.

Sexto evento do gênero, abarcou duas palestras. A primeira teve por tema a atualidade dos princípios da seguridade social; a segunda abordou os tratados internacionais e as convenções da OIT.

Em dado momento, minha amiga Renata observa que todos os componentes da mesa eram juízes. Juízes ou desembargadores.

Verifiquei, passando os olhos por todos os participantes, que a afirmativa estava correta: com exceção de nosso diretor, o professor decano e renomado advogado, Dr. Pimenta, todos os outros eram juízes.

O primeiro palestrante da tarde foi o Dr. Marcus Orione Gonçalves Correia. Dono de vasto currículo, é bastante apenas a citação de sua livre-docência pela Faculdade de Direito da USP e do seu trabalho como docente na graduação e pós-graduação da mesma faculdade.

Antes do eminente convidado iniciar sua fala, agradeceu à mesa e dirigiu-se, específica e especialmente ao nosso professor Nei. Disse que este era um herói, reconhecido pela classe dos magistrados.

Afirmou que o Direito tem uma tendência sazonal, por uma década pendendo na defesa do devedor; na década seguinte, inclina-se para a proteção do credor. Concluiu afirmando que o nosso professor, enquanto juiz do trabalho, lutou contra a maré, sozinho, em uma década em que os direitos dos trabalhadores eram relativizados, e que graças ao trabalho de homens como ele, todos temos hoje muito a agradecer. Empertigou-se e prestou a reverência com o próprio corpo, braços estendidos em direção ao nosso professor.

Terminada a saudação, asseverou que, prestadas as homenagens à casa, a quem devia, poderia então começar a falar.

Foi um dos quadros mais marcantes que vi em minha vida, que levarei como recordação como momento inesquecível.

Em nada o ato de respeito diminui a figura do nobre palestrante; antes, ao contrário, mais o enobrece e dignifica. O ato prestou-se, também, a que tomássemos, todos os presentes, nota de que a figura que temos ao lado, tão carinhosa, humilde e prestativa, é um grande homem que não se arvora nos louros e homenagens recebidos para sobrepujar-se, acima e sobre os que soletram as primeiras letras do Direito ou os seus companheiros na docência.

O quadro ficou. Tomei minhas notas, publiquei-as.

Na sexta-feira seguinte, ao chegar à faculdade, os portões estavam trancados. Um cartaz divulgava o falecimento de nosso professor.

Não fui sua aluna, posto que estudo à noite, e ele lecionava no período diurno. Não diretamente. Conheci-o participando de nossas semanas jurídicas, em que ele sempre se apresentou. Era uma figura inigualável, ímpar. Poeta, compositor, cantava e tocava em nossos eventos. O clima tornava-se de festa, e o auditório o acompanhava, em êxtase. Uma catarse coletiva.

Contatos mais tive quando surgiram dúvidas. Com a delicadeza de um amigo, retirava as nuvens. É significativo mencionar que foi o seu livro, criado em parceria com o nosso também professor Marcelo Mauad, que orientou nossas aulas de Direito do Trabalho.

Foi um professor também amado e respeitado pelos outros mestres. A humildade e a amizade sincera com que se dirigia aos colegas fizeram dele pessoa grata onde estivesse. Freqüentando a sala dos professores, jamais o vi deixar de cumprimentar, com delicadeza e afeto, quem quer que fosse.

À professora Elisabeth, dedicada por excelência, coube noticiar-me sobre o velório, onde tive a felicidade de saber, por sua sobrinha, que aquela figura que eu tinha há pouco como um professor jovial e alegre, teria completado sessenta e três anos na semana que seguiu o evento e no ano passado recebera uma comenda do Tribunal do Trabalho.

Ontem, dia 21 de maio, a Renata descreveu uma cena que a chocou. Chegando à faculdade, na mesma sexta-feira em que anunciada a morte de nosso mestre, reparou em rapaz, postado à frente do cartaz. Lendo o aviso, fez-se branco. Percebia-se a sua emoção: estava, claramente, gelado, transtornado. Arfava. Naturalmente, emocionara-se ao saber da notícia.

Mas a decepção não tardou. Dirigiu-se a ela, desconsolado: “Eu tinha que entregar este livro na biblioteca, hoje!”. E foi-se, com o livro na mão.

Atribuo a atitude desrespeitosa não apenas ao descaso, mas aos princípios que têm regido nossa juventude. Mesmo que não fosse seu aluno e que não tivesse a dimensão de nossa perda, poderia ao menos revelar alguma curiosidade sobre a figura pela qual a faculdade revelava o seu pesar.

O professor Nei foi-se. Nunca mais o veremos em nossos eventos, que tornar-se-ão menores. Perdemos em alegria e encanto. Ficará a honra de termos abrigado um grande homem. Ainda que nem todos tenham a qualidade de poder avaliar as presenças que os circundam, todos os dias. Ainda que nem todos tenham a felicidade de ter participado de um evento que nos proporcionasse captar a dimensão de almas guerreiras e generosas.

Ao fim, registro uma fala de nosso diretor, o Dr. Pimenta, sempre repetida, assim como também proferida neste último encontro: “Se um dia nos depararmos com o confronto entre o Direito e a Justiça, lutemos pela realização da Justiça”.

Tenho muito a agradecer ao nosso nobre palestrante, Marcus Orione, que proporcionou a última grande homenagem a um homem simples e digno e à professora Elisabeth, que tanto respeito e admiro.

Viveu simplesmente e amava o que fazia. Recebeu as honrarias em vida, o que na verdade é o que importa. É igualmente relevante que, tendo sido um lutador e recebido mostras de respeito de grandes homens, não tenha feito delas motivo para sobrelevar-se, acintosamente, ante os demais. Descanse em paz, meu professor Nei Frederico Cano Martins.

domingo, 18 de maio de 2008

DEFESA E CONSERVAÇÃO

Certa feita, na aula de Direito Internacional, nosso professor Rui Décio precisou exemplificar o direito de defesa e conservação dos Estados.

Perguntou à classe com qual direito se parece. Não obteve resposta. Não por outro motivo, mas nossa classe não é muito receptiva às perguntas dos professores.

Toma então o professor a iniciativa de provocar, fisicamente, o João, nosso colega, para que este responda. Uma investida leve.

- Ora, João! Você nem se mexe! Legítima defesa!

O professor diz que não provocaria nosso outro colega, na ponta da classe, porque está armado. De fato, tem ele andado com o auxílio de duas muletas, porque foi vítima de um acidente automobilístico.

- Se eu o provocasse, me daria uma muletada na cabeça.

Pergunta, então, o professor: alguém usa arma, aqui? Todos os olhares da classe dirigem-se ao João. Quieto, João não responde.

Ante o olhar atônito do professor, alguém esclarece:

- Ele é policial.

O professor:

- Você? Deus! Amanhã, notícia de jornal: “professor é baleado por provocar policial”.
O João, afinal, responde:

- Não. Só a uso em legítima defesa.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

COMMENT ALLEZ-VOUS?

Quando estudante de Arquitetura, na Faculdade Mackenzie, nós, alunos, víamos nossos professores, corriqueiramente, conversando em inglês. Em especial os professores de projeto tinham esse costume. Talvez porque viajassem em conjunto e vissem no colóquio uma especial prática.
As conversas não teriam o fito de torná-las mais particulares, uma vez que é bastante comum o aluno entender, ao menos, o idioma.
As aulas de desenho, no primeiro semestre do curso, eram ministradas pelo professor Carlão. Ele também lecionava física, para as turmas mais avançadas. Uma figura muito especial. No doutorado, defendeu a tese de que qualquer pessoa era capaz de pintar, como os grandes mestres da pintura.
Nós, seus alunos, reproduzimos telas de artistas consagrados, aprendemos a ler as pinturas e aplicar técnicas do ramo. Guardava as melhores com muito carinho. Além de servirem como material de apoio, que atestava a nossa infinita capacidade, eram igualmente expostas em salões de arte.
Certo dia, sala cheia, repleta de rostos adolescentes, dirige-se a mim, a mais velha da turma:
- Comment allez-vous?
Como deve responder alguém que saiba, mesmo rudimentarmente um idioma, se lhe dirigem a palavra nessa língua? Ora, a resposta era fácil, a primeira coisa que se aprendia quando as escolas nacionais ainda ensinavam o idioma francês. Despejei alegremente:
- Oh la la! C'est magnifique! Parle vous français? Je vais très bien merci, et vous?
O professor olhou-me, estupefato. Com seu corpo enorme, começou a medir o chão da sala, em largas e pesadas passadas, cadenciadas pelo refrão, que repetia em voz alta:
- Et vous, ... et vous, ...
Foi até o final, voltou ao centro e, com os braços abertos, olhando-nos, arrematou:
- Et vous me fodê! Et vous me fodê!
A obscenidade é e deve ser reproduzida no respeito à história, fielmente descrita. Afinal, é o ponto alto, o desabafo de nosso grande – em todos os sentidos – mestre.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

FOI DEUS!

A Renata e mudou-se, com sua família, para um apartamento novo. O apartamento é ótimo, em um local também muito bom. Mas precisava de pintura. Novo, não poderia ficar com cara de velho e sujo. As paredes riscadas não condiziam com o novo ambiente, saudável e arejado.

A família é composta por Lize, a mãe, que é professora, e as duas moças, que trabalham e estudam. Também um rapaz, engenheiro de formação e profissão, que não trocaria uma lâmpada ou mesmo um chuveiro. Nenhum deles tem a menor aptidão para a pintura de paredes.

Correm todos em busca de um pintor: lista telefônica, vizinhos, contatos. Eis que um surge, e logo abandona o serviço. Nova pesquisa. Ao todo, foram dois meses de buscas, sem êxito.

Até que a mãe lembra-se de um pintor, um tal Pavão, que as serviu há cinco anos, na casa antiga. Seu nome estava na agenda velha.

A Renata prontifica-se a ligar. Na dúvida, era melhor não perguntar pelo Pavão: - Bom dia, é da casa do pintor?

Do outro lado, atende uma mulher. Gagueja. Ao final, lembra-se: meu sogro é pintor.

A Renata, nada objetiva: - Desculpe, mas só tenho o apelido, não o nome dele.

A senhora, do outro lado: - É Boi.

Nossa amiga deixa escapar: - Eu tenho escrito aqui Pavão.

Ao ouvir Pavão, a mulher responde: - Pavão? Não conheço nenhum Pavão! Meu sogro é boi. Sempre foi Boi!

A Renata pede, então, para que a interlocutora confirme o número do telefone (é uma saída para pensar). A mulher diz o número, que não confirma o registrado na agenda. Ou seja, havia discado para o número errado. E agora?

O fato é que a Renata se sai muitíssimo bem em situações assim. Decida rápido. Não pensou duas vezes: - Ah, desculpe! Está escrito aqui ao lado, Boi, mentiu. Eu não tinha visto.

O homem, o tal Boi, foi contratado. Um sujeito enorme, do tipo “Á espera de um milagre”. O serviço prestado revelou-se esplêndido, asseverado pelas três mulheres que não sabem pintar uma porta, mas podem avaliar defeitos no serviço que pagam: o menor respingo, uma pequena falha.

Ao final do trabalho, o homem pergunta à Lize, mãe da Renata: - Quem me indicou para a senhora?

Ao que ela, sem titubear, afirma: - Foi Deus, tenho a certeza.

O homem, sem saber a verdade, comenta: - Eu entrego cartões para muita gente. Deve ser isso.

Mal sabe ele.

ITANHAÉM, MEU PARAÍSO

ITANHAÉM, MEU PARAÍSO
Nada vale um coração tranquilo.

MARQUINHOS, NOSSAS ROSAS ESTÃO AQUI: FICARAM LINDAS!

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